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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um pouco mais sobre...

Balão intragástrico

Em todos os casos de obesidade, a utilização do balão só pode ter lugar se já tiverem sido aplicadas e cumpridas as medidas médicas recomendadas para estes doentes e os resultados obtidos tiverem sido insatisfatórios. Estas mesmas medidas higieno-dietéticas devem ser mantidas e rigorosamente cumpridas após aplicação do BIG. As situações em que o BIG é contra-indicado devem ser sempre excluídas antes de se proceder à colocação(gravidez/lactação, distúrbios psiquiátricos, alcoolismo...). Tratando-se de um procedimento pouco invasivo, mas
que poderá ter utilidade na abordagem multidisciplinar desta patologia tão complexa, um estudo resolveu apresentar a experiência realizada com o balão intragástrico no tratamento da Obesidade Mórbida (classe III).
Nos casos de obesidade mórbida a cirurgia é a terapêutica mais eficaz mas ela não pode ser realizada em todos os doentes. Por outro lado, uma redução de peso pré--cirurgia pode ser altamente benéfica não só pela melhoria das co-morbilidades que frequentemente afetam estes doentes mas também porque uma redução de peso, mesmo que modesta, pode facilitar o procedimento cirúrgico pois os depósitos adiposos viscerais são os primeiros a diminuir.

Os balões intragástricos começaram a ser utilizados em 2003 e sempre foi proposta a sua colocação em indivíduos com obesidade mórbida com o
objetivo de se conseguir uma redução de peso antes da cirurgia bariátrica. Nos doentes investigados pelo estudo em questão conseguiu-se uma redução média de peso de 19,6 Kg, um valor significativo e similar ao observado em outros estudos do género. É claro que é difícil atribuir em absoluto esta perda de peso exclusivamente à colocação do BIG pois não se pode esquecer que os doentes continuaram a cumprir as medidas higieno-dietéticas já anteriormente prescritas embora se possa presumir que a simples colocação do BIG possa ter constituído um incentivo para melhor “compliance” com as mesmas. Há estudos que mostram mesmo que, nos primeiros 3 meses de permanência, a associação BIG+Medidas higieno-dietéticas não traz benefícios no tratamento dos doentes obesos quando é comparado com a utilização exclusiva dessas mesmas medidas. Contudo, importa salientar que no nesse estudo, restrito de 17 doentes todos conseguiram reduções de peso, apesar de apenas 13 cumprirem o tempo estipulado de 5 a 6 meses. Além disso, todos estes doentes já tinham sido submetidos às supracitadas medidas dietéticas e, salvo raras exceções, os benefícios obtidos foram sempre marginais ao contrário do que aconteceu com a colocação do BIG.

Postado por Laryssa Portal
Bibliografia

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